domingo, 12 de fevereiro de 2023

Em 10 anos, Vasco faturou R$ 400 milhões com 'crias', contra R$ 740 milhões do Fluminense; SAF pode mudar panorama

 Por anos, o Vasco tentou seguir o mesmo caminho do Fluminense nas categorias de base: formar jogadores em quantidade e qualidade suficientes para abastecer o time profissional e negociá-los em seguida para o futebol europeu, gerando fluxo de caixa para pagar as contas. Nunca conseguiu na mesma proporção, o que ajuda a explicar porque um ainda é clube e o outro teve de virar SAF. Mas é justamente na venda do cruz-maltino para a 777 Partners que a dinâmica entre os rivais no clássico de amanhã pode mudar.


Estarão em campo, pelo tricolor, André e Martinelli, ambos crias de Xerém. No lado do time da Colina, Gabriel Pec é o destaque, finalmente desabrochando entre os profissionais, com quatro gols em quatro jogos este ano. Marlon Gomes, outro nome de peso, está com a seleção sub-20 na disputa do Sul-Americano.

Nas Laranjeiras, a maior preocupação, de uns tempos para cá, é conseguir diminuir a necessidade de venda dos talentos revelados. Manter André por mais tempo na equipe, apesar da valorização para o mercado europeu, seria um feito que o Vasco, com a SAF, passou a ter condições de alcançar com mais tranquilidade, ao menos na teoria. O tricolor recusou uma proposta de 20 milhões de euros (cerca de R$ 111 milhões) do Fulham, da Inglaterra, por considerar a venda fora de cogitação até o final de 2023.

Uma das promessas, no processo de criação e venda da sociedade anônima para a 777, foi a de que, livre da asfixia financeira, o futebol vascaíno será capaz de negociar melhor os jogadores formados nas categorias de base. Sem a mesma pressa de antes e por valores mais altos. A venda de Andrey Santos para o Chelsea-ING é tida como a última em condições pré-SAF. Os valores (12,5 milhões de euros, cerca de R$ 70 milhões) foram considerados abaixo do potencial do jogador, que deixou o clube sem jogar uma partida da Série A sequer.

É o tipo de cenário que gera críticas nas Laranjeiras. Ano passado, Luiz Henrique foi para o Betis-ESP em meio à boa fase da equipe treinada por Fernando Diniz e sua saída pode ter feito a diferença para o ano de boas campanhas, mas sem o sonhado título. Difícil cravar. Certo mesmo é que os 13 milhões de euros (R$ 72,5 milhões na cotação de hoje) de sua venda foram fundamentais para o Fluminense quitar os compromissos.

O aprendizado fez o Fluminense conseguir lidar melhor com a venda para a Udinese-ITA de Matheus Martins, que acabaria sendo emprestado para o Watford-ING. A negociação estava encaminhada, com o tricolor conseguindo subir o valor da proposta inicial de 4 milhões de euros, para 9 milhões de euros (cerca de R$ 46,8 milhões). A saída no final do ano não trouxe impacto negativo.

Abismo na última década

A diferença no montante movimentado por Fluminense e Vasco referente à venda de jogadores formados nos clubes impressiona. Na última década, em apenas três anos o cruz-maltino conseguiu fazer negócios mais vultuosos do que o tricolor. O somatório do envolvido nas negociações, pelo lado do clube das Laranjeiras, é de mais de R$ 740 milhões. Já pelas bandas de São Januário, na casa de R$ 400 milhões. Os valores são do site Transfermarkt e não representam necessariamente o que os clubes arrecadaram. Os dois têm histórico de fatiar os direitos econômicos das promessas para gerar receitas urgentes.

A principal explicação para os resultados melhores do Fluminense é a diferença de infraestrutura disponível para os garotos. Enquanto o tricolor conta com o centro de treinamento de Xerém em funcionamento nos moldes atuais desde 2007, o Vasco ainda não finalizou seu CT da base, em Duque de Caxias.

Outra promessa da SAF do Vasco é equipar o espaço e assim otimizar a formação. Se acontecer, a tendência é que, com o tempo, a diferença entre os desempenhos dos rivais diminua.

Fonte: Extra

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