quinta-feira, 24 de novembro de 2022

Como chega o Brasil para a Copa?

Nesta semana começou o torneio de seleções mais importante do mundo do futebol. É perceptível que na última década houve uma desmobilização na torcida pela seleção brasileira. No entanto, é possível perceber a volta de um movimento de pessoas que sonham com o hexa, principalmente entre os mais jovens. 

Eu mesmo, era muito novo em 2002 e tenho mais experiências de decepções com a seleção do que alegrias. Ainda que o sentimento pelo time nacional seja muito diferente do que é por meu clube, em toda a Copa acompanhei como devidamente torcedor. Sejam nos horríveis times de Dunga e Felipão, em 2010 e 2014, ou no bom time de 2018 eliminado pela Bélgica nas quartas.

Acho que é ponto pacífico que esta é a seleção mais preparada desde 2022 (não consigo romantizar falta de profissionalismo e desinteresse, logo, por melhor tecnicamente que seja, gosto da atual acima da de 2006). Este é um time que aprendeu com seus erros, e após a derrota na final daquela Copa América que nem devia ter acontecido, se permitiu jogar mais futebol. Tite segue prezando por organização defensiva e aplicação tática, mas é nítido que o time tem espaço para criatividade e busca o ataque com eficiência.

Foto: Reprodução/Redes Sociais/CBF
Foto: Reprodução/Redes Sociais/CBF

Isso é também pelo trabalho do treinador. Mas não só. Especialmente no ataque, são muitas opções. Hoje, há mais jogadores em alto nível do que espaço no time titular: Richarlison, Antony, Raphinha, Vini Jr. Rodrygo, Gabriel Jesus, Pedro e Martinelli chegam em ótimo momento e, com características distintas, são capazes de mudar o jogo à maneira como o treinador desejar. E, claro, o principal trunfo do Brasil veste a camisa 10. Gostar ou não do personagem Neymar é pessoal, mas como jogador é impossível não se encantar com o início de ano dele. São 11 gols e 9 assistências em 14 jogos, números impressionantes, mas a capacidade de armar jogo, abrir espaço e melhorar os companheiros chamam ainda mais a atenção. O Brasil não tem mais uma “Neymardependência”, não é um time que só funciona se ele jogar bem, mas é claro que quando seu melhor jogador está com boa performance, o coletivo agradece.

Foto: Reprodução/Redes Sociais/CBF
Foto: Reprodução/Redes Sociais/CBF

Comecei pelo ataque porque é o setor que mais tem chamado atenção. Mas, com exceção das laterais, todo o time passa extrema confiança. Nossos goleiros estão entre os melhores do mundo, o corpo de zagueiro é confiável e nosso meio campo também não deixa a desejar para quase nenhuma outra seleção.

Mas, claro, vamos falar dos lados da defesa. Alex Sandro e Alex Telles pela esquerda não vem em grande momento, mas, ainda assim, são confiáveis o suficiente para não atrapalhar. Se não chamam a atenção, ao menos não são horríveis. Na direita, eu vou permitir discordar do senso comum e achar Danilo bem competente. Creio que é um jogador seguro defensivamente, com boa cobertura e leitura de jogo. Não ataca tão bem, mas no esquema do Tite em que o ponta precisa do corredor aberto, isso não faz muita diferença. Só que na direita há outro nome, a grande polêmica da lista: Daniel Alves. Aqui, sigo a opinião da maioria: em baixo nível de enfrentamento, com dúvidas sobre a questão física e com desempenho muito aquém do ideal, não gosto da ideia de que nosso reserva da posição seja alguém como Dani. Até acho que ele não irá jogar, mas creio que tenha sido bola fora do Tite.

Foto: Reprodução/Redes Sociais/CBF
Foto: Reprodução/Redes Sociais/CBF

Em suma, o Brasil chega como uma das favoritas. A pandemia que atrapalhou muito o ciclo do futebol de seleções premiou a segurança e a continuidade do trabalho na seleção brasileira. Com um futebol que ataca e defende com competência e efetividade, o Brasil é um dos postulantes ao título, mas não é o único. Argentina tem o favoritismo no mesmo grau, França apesar do momento atribulado continua forte e todos os principais times têm jogadores interessantes. Se o Brasil não ganhar, pelo menos a gente tem um mês de espetáculo e ótimos jogos todos os dias.

E a gente que gosta do esporte tem que aproveitar muito esse mês, porque essa é a última Copa do Mundo no ótimo formato atual com 32 seleções. Já a partir de 2026, são 48 seleções, sob o falso pretexto de democratizar o acesso ao torneio, a gente vai ser presenteado com baixíssimo nível competitivo.

Serviço

Jogos do Brasil na fase de grupos:

24/11 (quinta-feira) – Brasil x Sérvia – 16h
28/11 (segunda-feira) – Brasil x Suíça – 13h
02/12 (sexta-feira) – Brasil x Camarões – 16h

Marcos Coelho
Jornalista e sonhador com o Hexa

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