Os festejos do centenário colorado, a programação vem sendo divulgada em diversos veículos de mídia e no próprio site do Internacional.
Do ponto de vista publicitário, a expectativa também é grande.
É óbvio que o Internacional veiculará um anúncio alusivo à data em vários jornais. Até aí, nenhuma novidade. A questão tem a ver com a homenagem que o Grêmio fará ao clube por causa da data.
Só para lembrar, quando o clube comemorou o seu centenário, no dia 15 de setembro de 2003, o Internacional preparou uma peça bastante diferente, mas que gerou uma repercussão muito grande em várias pessoas, inclusive entre os gremistas. O texto era assinado pelo presidente da época, Fernando Carvalho, e através de uma narrativa, lembrava diversas passagens entre os dois clubes. Era quase que uma disputa de irmãos, onde o mais novo (o Inter) reclamava de algumas coisas do irmão mais velho (o Grêmio). A surpresa foi geral, principalmente pelo inusitado da homenagem do clube.
Foi um anúncio marcante, sem dúvida alguma. Infelizmente, não localizei na internet (nem mesmo no Google) uma cópia para ilustrar este post, mas fica o espaço aberto para quem obter mais sucesso nesta busca.
Recebo do amigo Ênio Rochenbach o texto publicado pelo Internacional no dia do centenário gremista, o qual reproduzo abaixo. Boa leitura!
“VELHO GRÊMIO!!
Bom dia, Grêmio!
Quero ser o primeiro a te abraçar, nesta data tão especial. Afinal, sou teu mais antigo parceiro.
Nestes cem anos da tua vida, há mais de 94 sou testemunha presencial de uma profícua existência, como se diz nas solenidades.
Já te conheci taludinho, o que me custou alguns cascudos, como é comum nessas amizades de infância. Tudo bem, eu pude dar o troco e chegamos sem ressentimentos à maturidade. Nos meus primeiros anos, quando eu vivia em casa alugada, tu já eras o feliz proprietário de um fortim em bairro chique; depois fui eu que construí morada de concreto e alvenaria, cenário até de festas mundiais; a comparação te estimulou e aí te mudaste para a bela casa de hoje; pouco depois comecei a erguer o palácio onde vivo – e disso tudo lucraram os nossos milhões de amigos.
Dizem que somos opostos inconciliáveis, e de fato temos grandes diferenças. Não só de idade, mas de origem, e, por conseqüência de temperamento e jeito de ser. No geral és mais contido, eu mais extrovertido, embora, ultimamente, venhas revelando uma pontinha de incontida admiração pela minha popularidade.
Somos também muito parecidos (que não nos ouçam os mais radicais dos nossos seguidores), sobretudo na paixão pela nossa terra comum, o gosto de representá-la bem, e mais ainda na afeição sem limites por esse jogo incrível, em que uma bola de couro rola pelos mágicos tapetes verdes que habitamos e visitamos, onze pra cada lado, milhões pra cada lado.
Quando fizeste 50 anos, eu estava lá. Quase estraguei a festa, desculpa o mau jeito! (faz parte: não esqueçamos dos cascudos...).
Quando eu fiz 60 anos, também te chamei para comemoração, que, por sinal, terminou em barraco, o que também faz parte. E a cada 15 de setembro eu vou na tua casa, como vais na minha a 04 de abril, e ali trocamos discursos em que, nós sabemos, o apreço é sincero. Dizem até que não podemos viver um sem o outro.
Tiveste grandes dias e amargas passagens nestes cem anos, como eu também, nos meus 94; a vida é assim, mais alto o coqueiro, maior é o tombo, diz a canção popular – mas ninguém nos acusará de termos jamais violado o nobre espírito que preside as competições esportivas. Com os bons e os maus resultados, aprendemos e também ensinamos que não há desonra nas derrotas de campo, e que a uma hora de amargura sempre se seguirá um momento de glória.
Recebe, velho Grêmio centenário, o abraço nonagenário do Internacional
FERNANDO CARVALHO - PRESIDENTE”
FONTE: WWW.UOL.COM.BR
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