sábado, 13 de fevereiro de 2021

Contrato entre Globo e clubes prevê reajuste pelo IGPM, que ficou em 13,84% em 2020

 A Globo terá de reajustar o contrato do Brasileiro com os clubes em R$ 126 milhões para a temporada 2021. O reajuste está previsto no contrato por conta da alta nos índices de inflação, especialmente o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M). Esse é o principal motivo que levou a emissora a ameaçar em carta aos clubes que poderia não pagar o que estava previsto no acordo.


Na semana passada, a emissora enviou uma carta aos dirigentes dos 20 times explicando que poderia rever os valores a serem pagos no Brasileiro. Alega um ônus excessivo por conta da crise da pandemia. Por enquanto, é apenas uma ameaça e a medida não foi concretizada.

Um dos contratos do Brasileiro entre clubes e a Globo, ao qual o blog teve acesso, determina que o reajuste será feito pelo FCM (Fator de Correção Monetária). Esse número é obtido pela média entre os índices de inflação IGPM e IPCA. Em 2019, primeiro ano do contrato, o valor de referência era R$ 1,1 bilhão por todos os contratos das TVs Aberta e Fechada.

Excluídos os times da Warner/Turner, seriam R$ 860 milhões a serem pagos pela Globo naquele ano. Pois bem, houve um reajuste para o ano passado por conta da inflação e os clubes receberam R$ 911 milhões.

Mas, em 2020, o IGPM explodiu. Assim, o fator de correção dos contratos do Brasileiro atingiu 13,84%. Com isso, o aumento para o próximo ano será de R$ 126 milhões para a TV Aberta e TV Fechada. No total, a Globo terá de pagar R$ 1,034 bilhão aos clubes.

Há ainda aumentos nos contratos de pay-per-view para alguns times como Corinthians e Flamengo que têm mínimo garantido. Mas a maioria não tem esse direito.

A carta da Globo não teve eco entre os clubes que rejeitam uma redução do valor contratual pelo Brasileiro. Nos bastidores, a maioria alegou que não aceitaria a diminuição do valor, nem a rejeição da aplicação do reajuste.

Por enquanto, a Globo não vai entrar em disputa e pagou a primeira parcela com aumento para os clubes. Sua carta é uma salvaguarda jurídica para se entender que há necessidade de exigir o reequilíbrio dos contratos com os clubes. Dentro da emissora, os direitos do Brasileiro são considerados prioritários e a avaliação é de que a relação com os clubes é boa.

Há uma posição, no entanto, que o reajuste previsto no contrato é bem alto para a situação atual da economia brasileira.

Ressalte-se que os contratos do Brasileiro não têm previsão de revisão por conta de crise financeira. Então, se não houvesse aceitação dos dirigentes, teria de haver uma discussão judicial para saber se a Globo tem um pleito para diminuir o valor.

Antes da Série A, a emissora já rescindiu com a Conmebol o contrato da Libertadores e com a Ferj, o acordo do Carioca. Há ainda uma disputa com a Fifa relacionada ao contrato da Copa do Mundo.

Fonte: Coluna Rodrigo Mattos - UOL

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