quarta-feira, 15 de outubro de 2025

Conmebol aposta em inteligência artificial para identificar racismo nas redes durante a Libertadores


Ferramenta será usada para identificar e coibir manifestações de ódio em tempo real durante a Libertadores, combinando análise automatizada e avaliação humana

A Conmebol anunciou que passará a utilizar inteligência artificial para monitorar e identificar manifestações racistas nas redes sociais durante a Libertadores. A ferramenta será usada para rastrear comentários e publicações que envolvam clubes, jogadores e torcedores, analisando padrões de linguagem e possíveis discursos de ódio.

Segundo a entidade, a tecnologia permitirá atuar de forma mais ágil na identificação e denúncia de casos, reforçando a política de tolerância zero contra discriminação no futebol. O recurso deve funcionar em tempo real, acompanhando as interações nas principais plataformas digitais ao longo das partidas e também nos períodos que antecedem e sucedem os jogos.

Para Sara Carsalade, co-founder e responsável pela vertical de esportes da Somos Young, empresa que utiliza IA para fazer o relacionamento entre torcedores e clubes como Cruzeiro e Vasco, a iniciativa representa um avanço importante na prevenção do racismo online. “O uso de inteligência artificial no monitoramento de racismo é um avanço porque permite identificar padrões de discurso e interações que, muitas vezes, passariam despercebidos em análises manuais. No futebol, onde a conversa digital é intensa e multifacetada, essa capacidade de processamento em larga escala ajuda a mapear comportamentos, medir recorrência e apoiar decisões baseadas em evidências”.

Ela destaca, no entanto, que a tecnologia por si só não é suficiente. “Para que o uso de IA seja efetivo no combate ao racismo, é essencial que ele esteja integrado a processos humanos de análise e resposta. Isso não apenas reduz falsos positivos e garante uma leitura mais precisa do contexto cultural, mas também permite que os dados coletados sirvam de base para a criação de políticas preventivas consistentes. Quando clubes, torcedores e organizadores participam dessa estratégia, a tecnologia deixa de ser reativa e passa a atuar de forma proativa na transformação do ambiente esportivo".

A Conmebol deve iniciar o monitoramento já na fase de mata-mata da Libertadores 2025, e a expectativa é que a experiência sirva de base para outros torneios da entidade. Especialistas apontam que a combinação entre recursos tecnológicos e ações educativas pode se tornar o caminho mais eficiente para combater o racismo e outros tipos de discriminação no esporte.

Thaiany Klarmann, brasileira que é chefe de marketing do CUJU, aplicativo que conta com IA para analisar passes, chutes, agilidade e impulsão dos jogadores, comenta sobre a forma que o programa capta os vídeos dos exercícios dos jovens atletas e produz um ranking totalmente livre de qualquer tipo de preconceito. O programa está disponível para IOS e Android.

"O CUJU está aberto para todos os jovens atletas. A tecnologia compara apenas o desempenho e não diferencia atletas por classe social, cor da pele ou poder de influência. A plataforma nasceu do desejo de democratizar o futebol. A inteligência artificial veio para ajudar e potencializar o trabalho dos profissionais do futebol", afirma Thaiany.

Atualmente, o CUJU já possui mais de 100 mil downloads em território nacional. Neste ano, o programa organizou o "A Jornada", torneio que contou com mais de 80 mil jogadores inscritos e, após selecionar os principais talentos do ranking para seletivas presenciais, oferece como premiação a ida dos dois vencedores (um da categoria masculina e uma da modalidade feminina) para um período de treinamentos no Hertha Berlim, da Alemanha.

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