sexta-feira, 27 de junho de 2025

Dia Mundial do Orgulho Autista: clubes brasileiros realizam ações em prol da comunidade

 PressFC


 Estádios oferecem espaços adequados, protetores auriculares e profissionais para auxiliar portadores do TEA


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Créditos: Santos/Divulgação


No dia 18 de Junho, aconteceu o Dia Mundial do Orgulho Autista. A inclusão de pessoas da comunidade é algo cada vez mais frequente nos estádios brasileiros. Por conta do barulho gerado pelos torcedores, pessoas diagnosticadas com o Transtorno do Espectro Autista (TEA) podem sofrer grande incômodo nos palcos do principal esporte nacional. Diversos times têm desenvolvido salas sensoriais e levado atrações variadas para que o público consiga assistir aos jogos com mais tranquilidade.

Em 2024, o Allianz Parque, casa do Palmeiras, inaugurou uma sala sensorial que acolhe portadores do TEA que desejam acompanhar o time do coração in loco. O local apresenta equipamentos adaptados e profissionais capacitados para auxiliar os fãs. A sala também recebe pessoas com Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), Transtorno do Desenvolvimento de Linguagem (TDL) e Síndrome de Down. O espaço foi projetado com tratamento acústico, reduzindo o som externo em 40 decibéis.

Em abril deste ano, após o jogo contra o Bahia, pelo Campeonato Brasileiro, o Santos  iniciou um leilão das camisas autografadas usadas pelos jogadores. Em parceria com a Match Worn Shirt, plataforma oficial online de leilões do clube, os valores arrecadados foram doados para duas instituições que tratam sobre o autismo. Antes da partida, no aquecimento, onze torcedores autistas ainda recepcionaram os atletas com muita festa.

“Ao longo do ano realizamos diversas ações que envolvem campanhas de conscientização, doação, visitas a instituições e recepção de diversas ONGs da Baixada Santista e de todo o Estado de São Paulo na Vila Belmiro. É importante para nós e nos traz muito orgulho. Na verdade, é uma tradição do Santos”, destaca o presidente Marcelo Teixeira.

Visando abranger uma série de causas sociais importantes para a sociedade, o clube criou o projeto de responsabilidades sociais ‘Muito Além do Futebol’, que utiliza a imagem da instituição e de seus atletas para conscientizar a população sobre diversos temas, como inclusão, diversidade e equidade. O Peixe possui um calendário anual de ações sociais, envolvendo o futebol profissional, Sereias da Vila e os Meninos da Vila.

Com a realização de parcerias com o governo do estado de Mato Grosso, o Cuiabá adotou medidas inclusivas. Com as ações promovidas pelo Dourado, diversas crianças portadoras de autismo conheceram a Arena Pantanal.

“A inclusão é uma das prioridades para o Cuiabá. Trabalhamos sempre para oferecer um ambiente adequado aos pequenos torcedores com autismo. Sem dúvidas, essa é uma das partes mais bonitas do esporte e é algo extremamente gratificante vê-los se divertindo em nossa casa”, aponta Cristiano Dresch, presidente do Cuiabá.

O Fortaleza oferece abafadores de ruído para os torcedores diagnosticados com autismo. Os fãs que quiserem utilizar o produto devem solicitar o equipamento até um dia antes do jogo. Marcelo Paz, CEO do clube nordestino, explica sobre a importância do esporte como meio de inclusão social.

“O futebol é para todos, sem exceção. Por isso, estamos comprometidos em oferecer um ambiente inclusivo para nossos torcedores que se enquadram no espectro autista. Acreditamos que todos têm o direito de viver a paixão pelo Fortaleza, independentemente de suas condições”, comenta Marcelo Paz, CEO do clube.

Em parceria com o Instituto Somar, o Sport disponibiliza em sua sede social uma clínica para atendimento a autistas. Com área de 1.800 metros quadrados, o espaço tem capacidade para até 100 atendimentos por dia. “Consolidamos o Sport como um clube que trabalha forte o seu lado social. As ações já realizadas provam isso. A Somar, que faz um trabalho espetacular, tem contribuído ainda mais com o nosso propósito”, comenta Yuri Romão, presidente do Sport.

No sul do país, dois clubes tradicionais e campeões nacionais - Internacional e Juventude - têm realizado diversas ações em prol da inclusão da comunidade autista no esporte. No Beira-Rio, o Colorado possui um time especializado para ajudar os torcedores que apresentam necessidades motoras ou cognitivas. Nas tribunas do estádio, a equipe conta com um espaço especial para receber os fãs diagnosticados com o TEA.

O local adaptado do Beira-Rio é uma tribuna com visão para o campo. O ambiente é fechado, com ar-condicionado, equipado com abafadores e jogos sensoriais. Além disso, o Internacional conta com a Diretoria de Inclusão Social, que está dentro da Vice-Presidência de Relacionamento Social.

"A Sala Inclusiva oferece um ambiente acolhedor para até sete pessoas com espectro autista e seus acompanhantes durante os jogos, garantindo uma experiência personalizada, levando em consideração as necessidades individuais de cada um. Além desse espaço exclusivo, o clube conta com uma equipe de acessibilidade treinada para apoiar pessoas com deficiência em todos os jogos no Beira-Rio, assegurando que todos os torcedores possam vivenciar a paixão pelo futebol com conforto e dignidade”, afirma Letícia Vieira de Jesus, Vice-Presidenta de Relacionamento Social do Internacional.

O Juventude oferece camarotes exclusivos para as famílias que possuem membros com autismo. Além disso, o Alviverde disponibiliza fones redutores de ruído e projetos para a comunidade, como a criação da torcida organizada exclusiva para autistas. Fabiano Pizetta, diretor de marketing e ações sociais do time gaúcho, explica sobre o planejamento e a execução de ações com foco na inclusão social.

“Entendemos a importância do Juventude na sociedade e o impacto que a inclusão causa na vida dos portadores de TEA. Nosso camarote adaptado já existe há pelo menos dois anos e está em constante reforma para melhor acolher os autistas. O camarote adaptado, uma acolhida especial e um manejo correto são os principais passos para que esses jovens e crianças sintam-se verdadeiramente incluídos e que desfrutem da melhor maneira da experiência dos jogos”, conclui Fabiano Pizetta.

Já o Avaí promoveu uma ação na partida contra o Operário-PR, na Ressacada. Em 16 de abril, os jogadores entraram em campo com uma camisa personalizada, que continha os números em um formato de quebra-cabeça e um patch com a seguinte mensagem: “Informação Gera Empatia - Empatia Gera Respeito”.

Após o duelo, as peças foram leiloadas em parceria com a Play For a Cause, e o dinheiro foi revertido para a AMA (Associação de Pais e Amigos de Autistas). Além disso, 22 crianças do TEA (Transtorno do Espectro Autista) entraram em campo de mãos dadas com os jogadores.

O Estádio da Ressacada também abriga um camarote sensorial, que é direcionado para pessoas do espectro autista. O local pode acomodar 20 torcedores e tem recursos como isolamento acústico, luzes indiretas e mobiliário adaptado.

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