sexta-feira, 29 de maio de 2020

Romeu ainda sonha com mais um título em Malta



No giro que estamos fazendo junto aos atletas lafaietenses de nascimento ou de ‘adoção’ que estão pelo mundo do futebol, nossa viagem segue a Malta, um país europeu composto por ilhas, localizado perto do ‘bico’ da bota que identifica a Itália, próximo à Sicília. Por lá, o lafaietense de coração, nascido em Ouro Branco, já foi campeão e pelo seu quarto clube maltês quer novamente erguer a taça nacional e conquistar outros títulos europeus.

Romeu está feliz por lá, onde formou família. Vez por outra, visita os pais na capital mineira e até demonstra vontade de voltar à ‘terrinha’, conforme confidenciou em primeira mão aos ouvintes da Rádio CIDADE 98FM na semana passada. No dia 10 ele completou 30 anos e este é o nosso presente. Futebol mundial está parado e em Malta não foi diferente. Então, questionamos o lateral-direito, que também atua pela meia como atacante, como está a vida e o risco com a Covid-19.

“Primeiramente, deixo um abraço a você, que acompanha minha carreira desde a infância, e outro para a minha querida Lafaiete, onde me formei. A situação era coisa de filme. Supermercado ficando sem estoque, as lojas to­das fechadas, ruas desertas. O governo (de Mal­ta) pediu para ficarmos em casa e o povo aqui é um pouco obediente. Mesmo assim, foi fixada multa em E$1 mil (cerca de R$5.700,00) para quem saísse da quarentena. Para quem fosse ao país vizinho, no caso a Itália, e para quem testasse positivo, mas que poderia estar tratando em casa, a multa era de E$3 mil euros. Então, esta “obediência” deixou o país no controle. Só temos três casos de morte e uns 300 infectados. A ilha está bem preparada”, detalha.

Mas a preparação e ‘obediência’ têm outro motivo, muito parecido com a convivência das pessoas aqui no Brasil entre estados e até cidades. “Malta se preparou mais pelo surto que teve na Itália. Igual a gente comenta aqui, acabou atingindo a história da Itália; o pessoal mais velho, que não aguentou suportar a força e a potência desse vírus maligno. A partir daí, a ilha (Malta) se preparou melhor, foram implantadas as ordens do Ministério da Saúde e as pessoas aqui foram mais obedientes”, disse.

Sobre o futebol, Romeu explicou: “Em relação aos campeonatos, estamos há um mês sem treinar, por precaução. A Fifa e a Uefa decidiram não fazer programas e acordaram com os clubes para a gente se manter em atividade em casa. O governo ajudou também os trabalhadores em geral, inclusive aos atletas. Estamos com uma previsão de volta às atividades no próximo mês (maio) em grupos menores. Acredito que em junho retornarão os jogos para compor os campeões de Malta e jogar as competições internacionais da Europa, mas com portões fechados e com a autorização do Ministério da Saúde, já que a Fifa quer terminar os campeonatos dentro de campo”, pontua.

Já a Federação de Malta chegou a sugerir o fim do certame nacional. “A cogitação em relação à Liga – equivalente à Federação local - é que o campeonato termine como está a tabela no momento. Se isso acontecesse, nossa equipe ficaria na quarta posição e conseguiríamos uma vaga na Uefa Europe Ligue, mas como só faltam seis rodadas para a decisão e a Fifa quer a disputa em campo; não por decisões das entidades. Também acho que não devemos anular tudo e perder o duro trabalho que fizemos para chegar até aqui. Ainda temos condições de chegar ao título. Acredito que jogar as seis partidas que faltam pode decidir muita coisa e temos a chance de sonhar com o título”, descreveu Romeu.

Dia 10 de abril, Romeu completou 30 anos e o ‘lafaietense’ terminou deixando no ar, mesmo que sem determinar prazo, o lançamento de um projeto de lapidação e encaminhamento de jogadores da cidade e região. “É sempre um prazer falar com você. Quero mandar um abraço aos leitores do Jornal CORREIO e ouvintes da Rádio CIDADE 98FM. Estou com saudade da terrinha e um dia voltarei. Ao lado do meu pai (Romão), que foi um dos pioneiros a guiar atletas, fazendo a intermediação entre o interior e a capital, eu sonho implantar um projeto para dar continuidade a esse trabalho, fazendo essa ponte em favor da garotada”, revela.

Romeu teve passagem por vários clubes no Brasil. Na base, esteve em alguns clubes da cidade e nos três da capital antes de rodar o país passando pela Caldense (MG), pelo interior paulista, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Paraná, Goiás e Mato Grosso. Já no exterior, passou pelo Vasas, de Budapest, antes de chegar ao Valleta, Mosta, Qormi e, por último, no Sirens - todos de Malta. (Amauri Machado)
Fonte: CORREIO DA CIDADE

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