domingo, 10 de maio de 2020

Não tem futebol, mas não se pode ficar sem atividade física, certo?



A ansiedade está cada vez maior? O estresse está crescente? A intolerância está mais visível no confinamento? Tudo isso é uma espécie de teste pelo qual estamos passando. É tempo de reaprender, de saber administrar esses momentos e retomar o controle sobre as mais diversas situações. Um reaprendizado mesmo e, em alguns casos, recomeço do zero.

Sabe aquele filho ou filha que você entrega, há anos, aos cuidados da escola, da professora, do professor e, ao primeiro sinal de desarmonia, você ainda acusa a escola de ser ruim, de não cuidar bem de seu filho? Pois é, esse filho é seu. E neste período de quarentena é você que tem que fazer o papel de educador.

Bom, mas solucionar, reaprender tudo isso da noite para o dia, sair da acomodação retomando uma obrigação pode sim se transformar numa situação quase insuportável. Você tem precisado sair de um ponto neutro para uma aceleração e, se isso está lhe causando muito estresse, deixando você com o cabelo em pé, é hora de usar a inteligência. E de acordo com os especialistas, o melhor caminho para se recuperar o equilíbrio, seja físico ou mental, passa por praticar uma atividade física ou qualquer tipo de exercício que use sua criatividade.

As academias estão fechadas, nem mesmo as públicas, ao ar livre, são indicadas neste momento em que você deve ficar em casa. Então, o jeito é criar.

Você pode usar a escada de seu prédio, o quintal, a garagem, a laje, enfim o espaço que você tiver em casa, por menor que ele seja. Na impossibilidade, o seu quarto terá que se transformar em uma academia, uma quadra ou um campo.

Invente competições, inclusive as mais simples: limpe o quintal, tire o carro da garage e veja quantas voltas você dá em dez minutos naquele espaço. Invente algo, o ideal é transpirar, seja no agachar e levantar, seja ao usar o cabo da vassoura como bastão para exercitar os membros superiores, o pular corda, como no tempo de criança. Ah, é bom fazer comparativos com a bateria de exercícios do dia anterior, não deixa de ser uma competição pessoal.

Mas a dosagem é você quem vai determinar. Hoje, a consulta, o aconselhamento médico já é feito até pelo telefone: ouça sempre seu médico. Se você é garotão, sabe que a carga será uma e se for do grupo de risco, os idosos, precisa ser menor, mas ela tem que existir. Faça, por exemplo, alongamentos usando as paredes de seu quarto, as escadas de seu prédio, ou aquela escada de acesso ao quintal de sua residência. A dona de casa, por exemplo, sabe bem o peso do saquinho de feijão, do fubá... e ele pode ser um aliado no levantamento de peso. Olha, dançar é também muito bom. Ligue o rádio, ou selecione aquela ‘play list’ especial que você tem no ‘pen drive’ do carro. Daí, movimente o corpo até transpirar. Fará um bem tremendo, mas modere na altura do som e na escolha do repertório, senão, a vizinhança não aguenta. O que não pode é ficar parado, sem um exercício para o seu corpo.

Neste período da temporada, os ‘boleiros’ da região estariam vivendo a final do SS-65 e dando início aos campeonatos M-45 e S-55, mas devido a Covid-19, as competições foram suspensas. A Aredesma funciona na nossa região como um Plano de Saúde, e dos bons, sem aquelas terríveis carências. Além de jogar bola a cada domingo, os atletas vivenciam durante a semana a disputa, vivem a resenha do gol perdido, do pênalti não marcado, tudo o que envolve uma partida de futebol. Então, no decorrer da semana é a mente que está sendo ativada. Muitos atletas tomam alguns cuidados, se preparam, movimentam-se, fazem da caminhada e corridas a preparação para o corpo chegar no lugar e estar mais ativo para os jogos e no fim de semana é a atividade física que movimenta o corpo, a mente e alma.

Além das partidas, têm ainda a prosa, o momento de rever os amigos, de encontrar familiares como se fosse um ritual domingueiro. Aí entram o tira-gosto, a cerveja, o refri, a água, tem o chouriço do Ademar; a farofa do Marcelo; o churrasquinho do Renato, a cachaça do Antônio Luiz e do Cássio, o pão com molho e tudo que aparece nas panelas levadas para a beira do campo, além do samba comandado pelo Neném Carnaúba e por aí vai.

No amador, a Taça Vertentes foi suspensa na segunda rodada. No varzeano, o início do M-35 foi adiado. Entre as escolas, a Olimpíada Estudantil, considerada a fase local dos Jogos Escolares de Minas Gerais (Jemg) não foi realizada e teria como próxima data o meado de maio. A garotada também, que normalmente ia para escolinha de futebol, está em casa, sem muito o que fazer.

É muita coisa que está fazendo falta e continuará ainda por um tempo. E qual o remédio? Para o combate direto à doença, ainda não descoberta nenhuma vacina, nenhum medicamento, mas para reduzir sua ação já existe: é o confinamento e nós temos que pensar coletivo.

Agora que o governo estadual liberou a flexibilização, o funcionamento de mais empresas em diversos setores da economia, se a gente continuar colaborando – ficando em casa – só sair de casa quando necessário e quando necessário que seja rápido e organizado, respeitando as normas de prevenção, usando máscaras, a higienização das mãos, evitando aglomeração, certamente a pandemia vai passar mais rápido e a vida voltará à normalidade, ou pelo menos proporcionará mais liberdade a todos.

Não adianta os idosos estarem em quarentena se os filhos e netos, estando de folga, continuam enchendo a porta dos bares, indo a festas camufladas em sítios, ou qualquer outro tipo de aglomeração. Muitas vezes, sem nenhum cuidado e trazendo para dentro de casa o vírus, que está não se sabe onde, escondido nos organismos das pessoas assintomáticas ou até naquelas que apresentam sintomas. Não é certo você querer que seu avô, sua avó, seus tios e irmãos mais idosos estejam presos, dentro de casa, e você ir à rua para trazer virose para dentro de casa.

Estamos todos no mesmo barco. Quanto mais pessoas colaborarem, mas rápido ‘todos’ poderemos voltar a levar a vida saudável de antes, com futebol, dança, festas, abraços e beijos. Felizmente, não tivemos vítimas fatais em nossa região, mas o nosso afetuoso consolo às famílias que tiveram pessoas contaminadas com a Covid-19. Alguns passaram maus pedaços para conter e se ver livres do vírus como doença. Entre eles, muitos sofreram com a outra doença da humanidade, sentiram na pele discriminações e ouviram perguntas desnecessárias e inconvenientes.

Nosso aplauso a você que, por força do seu trabalho, tem que estar na frente de batalha, nos serviços essenciais e hospitalares. Continue fazendo a sua parte, fique em casa, só saia se for estritamente necessário, e de máscara, e ainda veja se alguém que já tenha que ir à rua possa ir por você. (Amauri Machado)
Fonte. CORREIO DA CIDADE

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