quarta-feira, 29 de abril de 2009

A falta que faz a Champions League



Saiu na web a notícia do prejuízo tomado pelo Milan. Há vários meses o Prof. Simon Chadwick, diretor do Coventry University’s Centre of the International Business of Sport, alertou para o risco da excessiva “Champions League dependência” a que estão expostos os quatro maiores clubes da Premier League. Para o professor britânico, ficar de fora CL provocaria um rombo muito grande nas finanças dos Top 4, todos vivendo numa corda-bamba financeira delicada em função das dividas.


O time de Kaká e Berlusconi, que simplesmente ficou fora da Champions League 2008/2009, é a prova disso, como pode ser visto na consolidação dos números do último balanço, com um prejuízo da ordem de 67 milhões de euros, equivalentes a quase 200 milhões de reais.
Esse prejuízo já foi conseqüência, segundo Adriano Galliani, da eliminação dessa edição da CL, e segundo ele um clube como o Milan não pode ser permitir ficar fora pelo segundo ano consecutivo da grande copa europeia.

Curiosamente, Chadwick chegou a número parecido, na mesma ordem de grandeza, como o que deixaria de ganhar o grande inglês que ficasse fora da UEFA Champions League. Por outro lado, ao vencedor todas as batatas, no caso mais de cem milhões de euros, com crise e tudo. Há mesmo uma expectativa que o vencedor da CL 2009 leve para seus cofres algo como 140 milhões de euros, entre prêmios, aumento de receitas futuras decorrentes do título e valorização de atletas.

Guardadas as devidas proporções, Juvenal Juvêncio disse em 2007 que avançar na Libertadores era essencial para um bom ano financeiro para o São Paulo e para os clubes brasileiros todos. Esse charme a Copa Sul Americana está muito longe de ter, daí a pouca ou nenhuma importância que os clubes brasileiros dedicam a ela. Claro, há o valor do título, a repercussão, o conhecimento do clube, o reconhecimento internacional, mas no frigir dos ovos, como o dinheiro é pouco, o interesse também é.

Dirão alguns que o futebol perde a graça com isso, torna-se uma mera busca por euros, dólares e reais, mas não é bem assim. A preocupação de Galliani é enorme porque ele sabe ser impossível manter um time de bom nível sem grandes aportes de dinheiro. No Brasil, por conta de nossa pródiga formação de bons jogadores, a realidade é um pouco menos cruel, não depende tanto de muito dinheiro. O que mata nossos clubes é que, apesar dessa maior facilidade ou menor dificuldade, é que suas administrações não são capazes sequer de pagar um mísero salário em dia. Dito isso, passarei a ruminar algumas coisas dos balanços - poucos - que já foram publicados.
ESCRITO POR EMERSON NOGUEIRA
FONTE: BLOG OLHAR CRÔNICO ESPORTIVO

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